O Sonho do Cinema: Crítica Atrasada: Alice contra o tempo!

De volta ao País das Maravilhas, para salvar o Chapeleiro e sua família!

Produção de Tim Burton e direção de James Bobin trás uma Alice mais madura e cheia de certezas

Guilherme de Moraes Corrêa

Em 2010, todo mundo caiu na toca do Coelho e fomos viver as loucuras do País das Maravilhas, agora em 2016, voltaremos através do espelho com uma principal missão, salvar o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) e sua família.

Ok, certo...mas, Alice (Mia Wasikowska) vai precisar literalmente tomar um pouco do tempo do próprio Tempo (Sacha Baron Cohen) para voltar no passado, para tentar entender porque as coisas mudaram e seguem da maneira como está?

O lance dessa história seguir uma sequência diferente do primeiro filme, é a originalidade do James Bobin aproveitar para contar "os porquês" os personagens são daquele jeito da maneira que ele quis que fosse, deixou claro a sua versão sobre o País das Maravilhas, que é totalmente diferente do original de Lewis Carroll que é completamente mais detalhado, confuso e até complicado para compreensão do público infantil.

E gostei que o roteiro não eliminou completamente o primeiro filme, no final do anterior, ela não aceita o pedido de casamento, para viver uma aventura de ser Capitã do Maravilha (navio do seu pai) e nesse novo filme "Alice Através do Espelho" ( Alice in Wonderland 2: Through the Looking Glass) ela está voltando da aventura, para reencontrar a mãe... E quando chaga por lá, ela não aceita as exigências de ser uma mulher destinada a ser igual a todas as mulheres da época.

A complexidade da Alice, deixa claro que ela não é daquele tempo, sempre à frente do seu tempo, revolucionária e destinada a voltar para o País das Maravilhas, o seu louco sonho de vida, só que dessa vez ela tem de agir contra o tempo do Tempo.

E sim, ela reencontra as irmãs, Rainha Branca (Anne Hathaway) e Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter) com um objetivo em especial de voltar no tempo de descobrir a verdadeira razão delas serem tão rancorosas e traumáticas uma com a outra.

Todos os seus personagens loucos estão de volta de cheios de surpresas inesperadas...E claro, não é necessário descrever aqui, vocês espectadores, precisam atravessar o espelho e entenderem essas coisas sozinhos.

E todo mundo acha que o Tempo, sim, é ele, masculino, que eu gostei muito de ser interpretado por Sacha Baron Cohen, que tem uma performance incrível na trama toda, o carisma, o lado vilão dele consegue até ser bastante divertido, só que ele não é o verdadeiro vilão... É óbvio que o verdeira vilã...sempre vai ser a Rainha Vermelha, cheia de ódio da Alice, isto está nítido desde o primeiro filme.

A crítica está atrasada, para cair na ideia de que Alice e minha pessoa está sempre atrasados para uma missão, mas nunca perdido completamente. A verdade é que ainda da tempo de atravessar o espelho nos cinemas. E a melhor qualidade dessa direção é que essa história, é que é simples, objetivo, não parece confuso e psicográfico e sonho/pesadelo como no primeiro filme.

Tim Burton tem uma ideia muito louca de efeitos sombrios e muito repetitivo em seus filmes, confesso que James Bobin soube aproveitar esses traços deixando Alice mais alegre, colorido, artificial e coisa de sonho e não de um pesadelo. E com a inclusão de filosofias simples sobre questão do Tempo, da viagem dentro da Cronosfera para voltar no passado.

A questão de importância da família, acerto de contas, é tão mais saudável para o crescimento mental dos adultos e mais segurança e firmeza da Alice nesse filme representar a força feminina na luta para saber o que quer da vida, ao invés de ser a mulher sem liberdade de expressão e decidir as coisas da vida sem precisar do homem como "príncipe encantado" para sustentar.

Um conselho: comece a olhar as coisas por outro ângulo, que você espectadora mulher vai começar a entender o mundo através de um espelho em busca de realizações e conquistas do espaço no mundo, não seja aquela mulher sem brilho e sonhos.

VEJA AS FOTOS E TRAILER E CORRA CONTRA O TEMPO: