O Sonho do Cinema: Crítica: Não ler o texto é perigoso, acessar o link é aterrorizante!

Nova produção de J.J. Abrams trás um suspense sobre viver escondido ou enfrentar os medos!

Instigante e mais interessante que "Cloverfield - Monstro" de 2008

Guilherme de Moraes Corrêa

Amanhã é dia de todos desvendarem os mistérios de Rua Cloverfield, 10 (10 Cloverfield Lane), o longa se passa durante os acontecimentos do filme "Cloverfield - Monstro" de 2008.

Tecnicamente não foi tão interessante na época, por conta da história ser uma câmera dos personagens e acontece um ataque a cidade, mas aos poucos vão sendo revelados que trata-se de algo alienígena que o filme vai perdendo a credibilidade por conta de péssimos diálogos e o balançar da câmera não mostra muito o que é o tal "monstro".

E claro a crítica não gostou muito desse trabalho cinematográfico e pouco dos espectadores gostaram por conta do tema ser muito clichê, em relação a técnica de filmagem ser "a do momento" para filmes de terror, suspense, naquela época.

E desde então as coisas ficaram em silêncio por nove anos sem uma continuação, até agora. E assim que saiu a notícia que teríamos mais um filme do mesmo tema, inclusive com o nome "Cloverfield" e tratava-se de ficção-científica e suspense. E as notícias começaram a rolar porque não sabíamos que seria uma refilmagem, uma história antes ou uma sequência de Cloverfield - Monstro.

E então foi revelado que passaria durante os eventos do "Cloverfield - Monstro" e começou uma nova visão, as primeiras imagens e um trailer incrível cheio de imagens diferentes, com música antiga na Junkebox, onde a música de fundo que caiu tão bem, "Tommy James The Shondells - I Think Were Alone Now", quebra-cabeça, jogos de tabuleiro, uma coisa leve e tranquila e a música vai ficando tensa e os mistérios vão deixando o espectador sem fôlego e tudo se transforma em algo claustrofóbico.

E mostra pouco o que tem lá fora, porque já que aos poucos aquilo não era uma casa, era um porão de uma fazenda com aspecto de "escotilha" muito sombria e a trama dá para perceber que duas pessoas são mantidas em proteção...e não é bem isto, é mais assustador, estão sendo prisioneiras do qual motivo ainda não sabemos no trailer.

E isto está muito bem escondido no suspense, na trama, nas revelações e realmente, consegue fazer algo melhor do que vimos no fracasso de "Cloverfield - Monstro", não tem nem comparação, o roteiro desse consegue criar um afeto com os espectadores que é impossível não ter de ver outra vez depois.

O Sonho do Cinema mesmo sentiu uma coisa diferente e uma experiência que eu quero repetir a dose do filme, até porque, quando a minha pessoa, Guilherme desenvolveu o hábito de ler ficção-científica clássica e contemporânea e continuo nessa "vibe". E quando vem um filme gênero no cinema, a coisa toda torna-se mais interessante.

A trama me lembra muito ficção-científica de Williams Gibson, Arthur C. Clarke, Issac Asimov, por levar nos uma distopia e questionar as teorias de conspiração sobre as pessoas e o destino do nosso planeta azul.

A trama começa com a misteriosa Michelle (Mary Elizabeth Winstead) sofre um grave acidente de carro e acorda no porão de um desconhecido, num jogo de cintura com o espectador no silêncio, ausência de falas e ameaçadora música de fundo que deixa todos sem fôlego. O homem, Howard Stambler (John Goodman) diz ter salvado sua vida de um ataque químico que deixou o mundo inabitável, motivo pelo qual eles devem permanecer protegidos no local.

Desconfiada da história, ela tenta descobrir um modo de se libertar — sob o risco de descobrir uma verdade muito mais perigosa do que seguir trancafiada no bunker, na presença de um sombrio homem e um arrependido rapaz que está desconfiado também, chamado Emmett (John Gallagher Jr.) que cria uma amizade com Michelle para fugir do local.

Mary Elisabeth Winstead mostra um pepel feminino muito importante na trama, apesar do roteiro ser feito por homens e produzido por J. J. Abrams, não é o tipo de mulheres fortes e guerreiras como já vimos em filmes desse gênero ficção-científica, a história dela consegue manter um nível de neutralidade e tenho certeza que vai agradar muitas mulheres que sonham em serem bem representadas nas personagens de filmes, por conta ainda de existir um preconceito com as mulheres em ficção-científica e a guerra das feministas defendendo esses direitos.

E ainda que seja umas das bem representadas no filmes, mas deve sim, aparecer mais mulheres assim no cinema, o homem pode não entender elas, mas nós podemos deixar elas resolverem as coisas da forma mais natural, humana e capaz de fazer o papel delas ir além do herói e mocinho da história.

A metáfora da frase do filme "Monstros Se Revelam de Várias Formas" é tão gratificante para o espectador acompanhar o deserolar, que chegamos a questionar, quando vier uma invasão extraterrestre causando um ataque químico: "Você espectador vai estar preparado de que forma, escondido no porão de uma fazenda mal habitada e preparado há anos e pretende ficar o resto da vida por lá, dentro de suas teorias de conspiração? Ou, vai ser o rebelde preparando uma proteção para enfrentar os medos e o ataque químico lá fora e a invasão extraterrestre e sobreviver?

Nós podemos sim ter nossas teorias de conspiração, medos, métodos de proteção, esconderijos, mas não quero uma vida claustrofóbica, enquanto o mundo morre lá fora, é por isto que autores, cineastas são capazes de nos mostrar que podemos ser mais fortes e que a nossa vida social e profissional é capaz de criar métodos incríveis para um futuro incerto e sem data para acontecer.

Amanhã, vá no cinema mais próximo para conferir o mais agonizante e incrível filme do gênero ficção-científica em uma experiência nova, ultrapassa as barreiras da tecnologia e temos de ser mais objetivos e manuais. Não confie muito na máquina e no controle automático!

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