segunda-feira, 4 de abril de 2016

Crítica Especial: Novo filme de Joachim Trier


A  questão do viver e da união familiar é mais forte que bombas!

O tema retrata a solidão e a raiva da forma mais humana por Trier

                                                                                                      Guilherme de Moraes Corrêa

     Os filmes mais CULT e alternativo sempre foram mais voltado para uma questão chamada "fazer cinema artisticamente" de uma forma mais humana no conceito de sentimento, arte, solidão, medo, técnicas de filmagens que você nunca viu em um filme mais Hollywood.
      As vezes algumas cenas não precisam de explicações ou muito barulho, como o caso desse filme que parte para um lado mais sombrio de uma família cheia de segredos que fica difícil descobrir quem é mais culpado ali.
      A história é de a famosa fotógrafa Isabelle Joubert Reed, interpretada por Isabelle Huppert, que é o centro das atenções maiores por mostrar a sua vida nos dois lados da moeda. Aonde a sua morte é um mistério, não sabemos que foi um acidente ou algo pior.
      Após 3 anos depois da sua morte, traz o filho mais velho dela, Jonah (Jesse Eisenberg), de volta para a casa da família, forçando-o a passar mais tempo com seu pai Gene (Gabriel Byrne) e seu afastado irmão mais novo Conrad (Devin Druid) do que passou em anos. 
      O complexo de loucura, observações, cenas silenciosas e agitadas demais para retratar a vida de um pai tentando se reconectar com seus filhos. Já o filho mais velho, Jonah que Jesse interpreta tão bem consegue trazer coragem e faz com que Conrad sinta a vida, mas vê dificuldade em sua própria vida, já que ainda não se recuperou do trauma familiar.
    Conrad tem um comportamento tímido e afastado que caiu bem no Devin Druid, ele tem um complexo de solidão que em algumas cenas ele parece estar dentro de um sonho sem sáida, "flertando um pouco com Donnie Darko", claro são filmes diferentes, mas esse lance de solidão e o desejo que o menino tem é no mesmo nível do Donnie.
     E existe outro ponto forte do filme que eu achei muito interessante é o papel da fotógrafa ser retratada de maneira tão realista. Isabelle tem um relacionamento conturbado com o trabalho de sair arriscando a própria vida em lugares onde existem as piores tragédias da atualidade: buscando aquela boa foto chocante para o jornal sobre tragédia na Síria/Guerra.
      É um sentimento bem doentio da jornalista na corrida contra o tempo quando está no trabalho, não vê hora de voltar e sentir-se incompleta e insatisfeita com a família que tem e o desejo louco de voltar para a Síria. Acredito que é mesma coisa de um soldado americano no meio da Guerra e a imagem de destruição faz a pessoa esquecer o amor e sentimento de viver.
      E pude observar que ela além de todos esse problemas sérios, ainda se sentia um fantasma no trabalho, pelo fato das pessoas não lerem o seu artigo com a fotografia chocante que ela arriscou a própria vida para os leitores daquele jornal, é triste e chocante.
       E os segredos, reviravoltas e transformações e até pode sair com um pouco de alívio no fim da sessão, pois já vimos filmes que começam trágicos e terminam mais trágicos ainda, é como entrar dentro de uma solidão mais forte que as bombas da Guerra, é mais destruidor as coisas por dentro de cada pessoa.
       Uma obra-prima que precisa ser vista com os olhos críticos e com sentimentos mais profundos para entender toda a trama e filosofia do filme e aí sim podemos chegar as devidas conclusões, "Mais Forte Que Bombas" não vai sair tão fácil da sua cabeça, ele ficará por um bom tempo, estranho é dizer que dá uma certa vontade de rever apesar do forte sentimento de solidão. Indispensável para quem ama cinema.

VEJA AS FOTOS E TRAILER DESSE ANGUSTIANTE:
































Espero que tenham gostado da crítica, vá ao cinema mais próximo, ou melhor, como é um filme alternativo, vá ao CINE CAIXA BELAS ARTES lá é um ótimo lugar para conhecer pessoas diferentes e com gosto de cinema mais CULT!!!

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